“Crianças tendem a cooperar naturalmente e a ver o mundo de uma forma mais inclusiva.”
Celebrar nossa criança interior para um trabalho inspirado
Na busca pelo sucesso profissional e pela adaptação às demandas da vida adulta, muitas vezes somos levados a acreditar que precisamos deixar de lado aspectos mais lúdicos e espontâneos de nossa personalidade. A “criança interior” — esse termo simbólico que designa nossa capacidade de maravilhamento, curiosidade, criatividade e autenticidade — parece muitas vezes sufocada pelos processos rígidos do ambiente de trabalho e pelas normas sociais.
Mas e se for justamente essa criança interior que nos conecta a um trabalho mais significativo, criativo e capaz de gerar mudanças positivas na sociedade?
Antes de explorar sua relevância, precisamos definir o que chamamos de “criança interior”. Psicólogos como Carl Jung e Donald Winnicott sugerem que a criança interior representa nosso eu verdadeiro, aquela parte de nós que é pura, curiosa, emocionalmente honesta e não filtrada pelas pressões sociais. É a essência do ser humano antes que ele seja moldado pelas normas externas.
Manter essa criança viva não significa agir de forma imatura ou irresponsável, mas sim acessar aquele espaço dentro de nós que é vibrante e cheio de vida. Esta criança é nossa capacidade de imaginar o impossível, de ver o mundo com frescor, de não ter medo do erro, elementos vitais para qualquer trabalho criativo.
A criança interior e o ambiente corporativo
No contexto empresarial, a ênfase em eficiência, metas e resultados pode, muitas vezes, sufocar a criatividade e a inovação. Contudo, as empresas mais inovadoras entendem que estimular a espontaneidade e o pensamento lúdico entre seus colaboradores é essencial para a criação de novos produtos e serviços. Eles incentivam momentos de descontração, brainstorming sem julgamentos, e até o jogo no ambiente de trabalho.
As crianças não têm medo de perguntar “e se?” ou de experimentar novas ideias, mesmo quando parecem improváveis. No ambiente corporativo, essa capacidade de sonhar e questionar pode levar à inovação disruptiva.
Crianças tendem a cooperar naturalmente e a ver o mundo de uma forma mais inclusiva. Quando cultivamos essa visão aberta, conseguimos colaborar de forma mais empática, permitindo que as ideias fluam livremente e que todos se sintam parte de um objetivo maior. Aprendem brincando, errando, caindo e levantando-se novamente. Quando trazemos esse espírito ao ambiente corporativo, enxergamos as falhas como oportunidades de aprendizado e crescimento, em vez de obstáculos definitivos. São altamente conectadas aos sentimentos, sejam os seus próprios ou os dos outros. Manter essa sensibilidade pode nos tornar líderes e colegas mais empáticos e humanos, promovendo uma cultura corporativa mais saudável e equilibrada.
A sociedade e a criança interior: um impacto mais amplo
Além do impacto no ambiente de trabalho, cultivar a criança interior tem um potencial transformador para a sociedade como um todo. Crianças não veem o mundo como adultos: são naturalmente mais inclusivas, justas e capazes de enxergar o outro com menos preconceitos. O filósofo Jean-Jacques Rousseau dizia que nascemos bons, mas é a sociedade que nos corrompe — e talvez, ao mantermos nossa criança interior viva, possamos resistir a algumas dessas “corrupções”.
Manter essa essência infantil, especialmente em ambientes que incentivam a rigidez e o conformismo, pode ser desafiador. Faça perguntas como uma criança. Por que fazemos isso dessa maneira? Existe uma maneira melhor? O simples ato de perguntar pode abrir novos caminhos para soluções criativas.
Não tenha medo de brincar! Jogos de equipe, momentos de descontração, ou até mesmo pequenas pausas para atividades lúdicas no trabalho podem ajudar a reduzir o estresse e aumentar a criatividade. Em vez de temer o fracasso, encare-o como uma oportunidade de crescimento. Tal como uma criança que cai ao aprender a andar, permita-se errar e aprender no processo.
Reserve tempo para se maravilhar com o mundo ao seu redor, seja observando uma paisagem bonita, uma ideia inovadora ou um projeto inspirador. Crianças são genuínas, sem medo de mostrar quem realmente são. No ambiente de trabalho, a autenticidade pode construir confiança, relações mais fortes e um clima organizacional mais saudável.
A criança interior e o bem-estar mental
Manter a criança interior viva também tem benefícios profundos para o nosso bem-estar mental. A vida adulta muitas vezes nos sobrecarrega com responsabilidades, expectativas e pressões que podem nos afastar da alegria e da leveza natural da infância. O resultado disso pode ser uma vida cheia de estresse, ansiedade e desmotivação.
Reconectar-se com sua criança interior pode ajudar a reduzir o estresse, promover o mindfulness e devolver um senso de alegria e propósito à vida. O psicólogo Mihaly Csikszentmihalyi, em seu trabalho sobre “fluxo” (flow), sugere que aqueles que conseguem entrar em um estado de prazer profundo durante suas atividades, muitas vezes estão em contato com essa criança interior — aquela parte que simplesmente “brinca” enquanto trabalha.
Manter viva nossa criança interior é muito mais do que um exercício de nostalgia. É um ato de resistência contra a rigidez e o conformismo que, muitas vezes, sufocam a criatividade, a empatia e o bem-estar tanto no ambiente de trabalho quanto na sociedade. Ao abraçar essa parte de nós, nos tornamos mais humanos, mais capazes de inovar e de colaborar de forma significativa, criando um impacto positivo em todos os aspectos de nossas vidas.
Seja no ambiente empresarial, na comunidade, ou em nossas vidas pessoais, ao nutrirmos nossa criança interior, estamos, na verdade, cultivando o que há de melhor em nós.
Grupo Take 5
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